Se bem que vão embarcados até a ilha de Santa Catarina, a partir de início de Julho de 1816, a grande maioria da Divisão de Voluntários Reais fez-se por terra desde a Vila do Desterro (hoje, Florianópolis) até a vila do Rio Grande e depois em operações já na Banda Oriental. 700 quilómetros de costa catarinense e gaúcha, escassamente populada e cheia de maravilhas tropicais para homens europeus que nunca as haviam experienciado, senão porém em livros.
(na foto em cima , Torres, RS)
7/6 – Embarcam na Praia Grande. Desfile (Debret).
12/6 – Zarpam do Rio.
Esquadra
Nau Vasco da Gama (Rodrigo José Ferreira Lobo)
Fragata Gracia ou Fénix (CMG Francisco António da Silva Pacheco)
Corveta Voadora (CapFrag João António Neto)
Bergantim Lebre (CapFrag? Ant Mª Furtado de Mendonça)
Bergantim Falcão (CapTen José Gregório Pegado)
Bergantim Real João (1TEN Joaquim Bento Fonseca)
Bergantim Probidade? (1TEN José Joaquim da Costa Almeida)
(transportes)
Navio Santiago Maior (1TEN Francisco de Assis Cabral)
Fragata Caridade (CapTen José Rodrigues de Oliveira)
Fragata Fénix (CapTen António Joaquim de Avelar)
Fragata John Firth (inglesa (CapTen William Mariat)
Fragata Fénix (francesa) (1TEN “Juan Pedro”)
18/6 – 1800H: Perante o Cabildo de MALDONADO, o passageiro Daniel Witaker da escuna britânica Wellington informa o que sabe da expedição de 4000 portugueses dirigida a esse mesmo porto. (AA, 31:289-sg)
20/6 – Fragata Fénix chega à ilha de S. CATARINA, com Pimentel e Sebastião Pinto de Araújo Correia, entre outros.
20/6 – MONTEVIDÉU: O Cabildo Governador responde ao Cabildo de Maldonado, indicando que notícias do bergantim britânico Delfin corroboram as afirmações de Daniel Witaker
22/6 – O Cabildo Governador, em Montevidéu, ordena o encerramento dos portos a navios portugueses, assim como a extração de alimentos.
24/6 – Maldonado encerra o seu porto a barcos e nacionais portugueses.
25/6 – Claudino nomeado comandante da infantaria da VANGUARDA
26/6 – Lecor chega a S. CATARINA (Pimentel diz 25)
29.6 – Claudino toma o comando de 2 companhias de granadeiros (?) e duas companhias do 1.º e 2.º BatCaç. (563 praças) + 2 esqCav (tencor João Vieira Tovar).
JULHO DE 1816
2/7 – Entra o último navio em S. CATARINA. Lecor divide a tropa em 8 colunas, primeiro a vanguarda e depois as outras, com dois dias de intervalo. 2/7 – MONTEVIDEU: A fragata norte-americana Heroe e o seu capitão Israel Lombar informa que saiu do RJ a 14/6, e que, à sua saída, um expedição com tropas portuguesas estava prestes a dar à vela.
4/7 - VANGUARDA sai da ilha de S. Catarina para IMBAÚ
4/7 - MONTEVIDEU: O bergantim britânico Federico (?) e o seu capitão Thomas Dolls (+ 11 tripulação) informa que saiu do RJ a 28 de maio e que os navios portugueses estavam impedidos de sair para o Rio da Prata (Mont e Buenos Aires) e que se estavam a preparar vários navios de guerra para diziam era para transportar 5000 portugueses para tomar Maldonado e Montevidéu, devendo tocar antes em S. Catarina. [a saver, vn Navio, 3 o 4 Frag. y otros tantos Bergantines] [y que la Inf.a viene por mar, y la Cavalleria por tierra]
5/7 – Desembarque da Vanguarda (DUARTE). Colunas sucessivas com 24 horas de intervalo (DUARTE) “corpos de 4 companhias”
5/7 – LECOR: S. CATARINA
6/7 – MONTEVIDÉU: Segundo informações do bergantim norte-americano Oland (cap. Samuel Nicoll), que saiu de Cádiz a 14/3 e chegou a Montevidéu no dia 4/7 [dias antes de su salida de cadiz lo verifico una divicion con 1.016 Hombres d refuerzo p.e Mutillo: que los Españoles desean la libertad de las Americas, pero que Fernando hace todo empeño para subyugarlas]
7/7 – VANGUARDA chega a VILA NOVA, “povoação de 45 vizinhos e a 18 léguas de S. Catarina”
[...] Partindo de Imbaú, a vanguarda chegou no dia 7 de julho a Villa Nova, povoação de quarenta a cincoenta vizinhos e á distancia de 18 leguas de Santa Ctharina. (Pimentel)
9/7 – VANGUARDA em LAGUNA (6 léguas).
No dia 9 foi aquartelar-se em Laguna, villa bastante povoada em relação ao paiz, e que está situada na margem esquerda do rio Tubarão, o qual vae desaguar no mar a meia legua da villa. Na sua barra podem entrar pequenas sumacas. (Pimentel)
10/7 – VANGUARDA descansa em LAGUNA.
11/7 – VANGUARDA passa o rio (Tubarão).
12/7 – VANGUARDA acampa em PORTO REBELO.
(4 ½ léguas)
13/7 – VANGUARDA. Acampa junto à praia (6 léguas)
14/7 – VANGUARDA acampa junto ao rio U/Vrussango (5 léguas)
15/7 – VANGUARDA passa o rio em canoas e acampa junto à BARRA VELHA (6 léguas)
15/7 – AZEREDO (2/2Caç) 0700h – Embarque de S. Catarina para o continente (2.º batalhão do 2.º RI). Lanchas baleeiras. Levou 7 horas a atravesssar o canal. Desembarque no PONTAL DA PINHEIRA, “praia arenosa, sita no fim da extensa bahia do mesmo nome, proxima à barra do Sul a seis legoas (...) da cidade da Nossa Senhora do Desterro”. Acamparam na praia.
2200h: Espantosa trovoada com relâmpagos horriveis e copiosa chuva.
16/7 – VANGUARDA acampa em CONVENTOS, “tendo passado em muito más canoas o rio Araringoá, que é muito caudaloso”.
16/7 – AZEREDO Atravessa o rio Imbaú, numa jangada. Marcharam por entre o mar e o rio que corria paralelo por algum tempo. Fez alto em CAMBÔA, povoado entre o rio e o morro. Subiram o MORRO DE SERIÚ, descem a encosta para um pequeno rio, fácil de vadear por ser baixa mar. Chegam a GARUPABA. (4 léguas) Alto e dormem. (dificuldades: desfiladeiros e areia solta).
17/7 – VANGUARDA teve pessimo acampamento em LAGOINHAS, “entre cómoros de areia” (5 léguas)
18/7 – VANGUARDA acampa junto ao mar, em AGUAS CLARAS (7 léguas)
18/7 – RIVERA em MALDONADO.
19/7 – VANGUARDA: “houve soffrivel acampamento em TORRES, estancia com duas casas” (5 léguas)
19/7 - AZEREDO seguiu pelo bello paiz que a separa dos districto de BARBOSA, onde pernoitou, mas não em povoado por não o haver. Apenas algumas casas isoladas, com o terreno bem cultivado ao redor, achando-se o resto inculto, mas coberto de frondoso arvoredo, onde se viam papagaios e aves das cores mais fantasticas.Laranjas (muito boas), Milho e principalmente farinha de pau.
20-22/7 – VANGUARDA descansa. A Cav e Art não puderam passar o rio Araringuá nos dias 17 e 18, logo foi preciso esperar aí para a reunião.
“É preso o capitão Pimenta por falta de subordinação e mandar o seu camarada roubar milho para os seus cavallos. Convoca os officiaes para uma conjuração contra mim, etc. [...]” (Pimentel, mesmo)
20/7 – AZEREDO Para VILA NOVA (2 léguas) [Vanguarda esteve em VILA NOVA a 7/7, 13 dias antes]
21/7 – AZEREDO Alto em VILA NOVA, fazem alto para dar lugar à marcha das tropas da vanguarda, que haviam demorado os seus movimentos. ?? Marcha para LAGUNA, 5 léguas a sul, seguindo o caminho da beira-mar, que é formado d’uma arêa dura, e tanto que nem as cavalgaduras deixavam pegadas”. Laguna junto ao pequeno RIO TUBARÃO. (de 15 a 21 de julho não tiveram acesso às bagagens, que vieram de barco. Azeredo dormia no chão enrolado no capote. Sem cama.)
Azeredo ficou hospedado 4 dias em casa do Cap Mil Francisco da Silva França, rico negociante. [Vanguarda esteve em LAGUNA a 9/7, 12 dias antes]
23/7 – “teve a VANGUARDA muito mau acampamento na CERCA DOS PREGOS”. (5 léguas). Recomenda o itinerário que se deve marchar sempre pela praia por ser melhor o caminho.
24/7 – VANGUARDA acampa junto à ESTÂNCIA DE VICTORINO (6 leguas) (ESTÂNCIA DO MEIO?)
25/7 – VANGUARDA junto à ESTÂNCIA DE IGNACINHO (6 léguas)
25/7 – Cipriano Martinez, comandante do Forte de SANTA TERESA sai para CASTILLOS. Deixa o tenente de Milícia D. Nathalio Molina. Permanentemente?
26/7 – VANGUARDA acampa na margem esquerda do rio Tramandalú
26/7 – AZEREDO Após 4 dias de alto em LAGUNA, atravessa o rio com o batalhão, “indo ficar da outra banda em um campo denominado a Barra de Laguna”. Rio tinha ½ légua onde foi atravessado. Marcha para PORTO REBELO. (5 léguas). Coronel foi de barco, “gosando a bella vista das margens d’este rio, que tem muitos pomares de laranjeiras”. De PORTO REBELO, seguiram aproximando-se de novo da costa até CAMPO BOM, a ½ do mar e 4 de Porto Rebelo. [Vanguarda esteve em PORTO REBELO a 12/7, 14 dias antes]
27/7 – VANG “tendo passado com incrivel trabalho o rio Tramandalú, acampou a VANGUARDA junto à estancia de THOMAZ JOSÉ” (4 léguas)
(total 88 léguas)
28/7 – Descanso VANG. Marechal Sebastião Pinto parte para a VILA DO RIO GRANDE, deixando Claudino no comando. Questão com Silveira Pinto:
O marechal de campo Sebastião Pinto parte para o Rio Grande, deixando-me o commando da vanguarda. Esta inopinada partida teve por fim desmanchar todas as disposições que o brigadeiro Bernardo da Silveira havia traçado, na qualidade de quartel mestre general, para se effectuar a marcha da divisão para Pellotas conforme as ordens do general em chefe. O marechal Pinto, antes de partir, mostrou-me uma carta de Bernardo da Silveira, em que lhe dizia que a vanguarda devia embarcar em S. Caetano, seguindo para Pellotas, onde os officiaes se podiam fornecer dos effeitos necessarios para continuarem a marcha para a Provincia de Montevideu. O marechal Pinto, rival e inimigo irrreconciliavel de Silveira, protestou com veemente acrimonia contra as disposições d’este último, e partiu a toda a pressa para o Rio Grande. Eu não posso deixar de consignar n’estes meus apontamentos o receio que tenho de futuras desordens muito prejudiciaes ao serviço de el-rei, porque noto uma interminavel indisposição do general Pinto contra o brigadeiro Silveira, o qual, na qualidade de quartel mestre general, deve dispor tudo quanto é relativo ás marchas das columnas, segundo as ordens do general em chefe. Pelo que hoje observei, o general Pinto parece-me disposto a obrar conforme ao seu capricho, sem attender a consideração alguma. Isto será sem duvida muito prejudicial ao serviço. Oxalá que eu me engane, mas o que vejo é um principio de discordia entre dois officiaes generaes e ambos chefes de departamentos. Alem d’isso temo que o orgulho e ignorancia do marechal Pinto possam produzir males incalculaveis na operações ulteriores, etc. etc. [...] (Pimentel)
29/7 – VANG acampa junto a um grande mato em PORTEIRA DA CIDREIRA. (6 l)
29/7 – AZEREDO Partem, logo a ½ légua um rio de grande profundidades, com 100 palmos apenas de largura = Orotango, “mas que retardou a marcha por algumas horas, sendo necessario construir uma jangada para ser transposto, feito o que avançaram para BARRA VELHA, onde pernoitaram (4 léguas). Lugar ermo e estéril. [Vanguarda esteve em BARRA VELHA a 15/7, 14 dias antes]
30/7 – VANG acampou junto à casa de QUINTÃO
30/7 – AZEREDO Passam um rio formidavel, largo e arrebatado na sua corrente = ARARINGOA. Foi necessário esperar a subida da maré, para que não se perdesse a jangada, que se construiu. Marcha 3 léguas para CONVENTOS, “assim appellidado por existir alli um alto penhasco, que, visto de longe, parece um convento”. Apenas uma casa, “onde habitava uma velha com alguns escravos, que cultivavam milho, algodão e boas hortalices”. [Vanguarda esteve em CONVENTOS a 16/7, 14 dias antes]
31/7 – VANG acampamento em VELHO OLIVEIRA (5 l)
31/7 – AZEREDO Seguiram por um paiz cheio de lagôas e pantanos habitados por jacarés, foram pernoitar a LAGOINHOS (4 l) (tot 40 leguas) [Vanguarda esteve em LAGOINHOS a 17/7, 14 dias antes]
AGOSTO DE 1816
1/8 – VANG POVOS (5 léguas)
1/8 – AZER Marcharam para AGUAS CLARAS (4 l). Sitio ermo, sem casa alguma, e à direita nota-se uma grande floresta, em cujo centro ha uma lagôa, povoada de jacarés, um dos quaes foi morto pelos soldados, e tinha dez palmos de comprimento e cinco de circumferencia na barriga”. [Vanguarda esteve em AGUAS CLARAS a 18/7, 14 dias antes]
2/8 – VANG junto à casa do defunto MACHADO, onde havia deposito (5 l)
2/8 – AZER Aparece pela frente o profundo rio MAPITUBA, passado numa jangada, ali mesmo construida, mais 2 léguas para TORRES, “tomou este nome de dois grandes morros que se avançam sobre o mar, e que de longe parecem como elevadas torres”. Duas casas com seus moradores. Em 22 léguas desde Laguna, apenas 11 casas em 4 locais (Porto Rebelo, Barra Velha, Conventos e Torres). A estrada de Laguna até às TORRES é quasi sempre pela beira-mar, ma[i]s dura e de facil transito; todavia muitas vezes na maré alta é em partes inundada pelas aguas vivas. FAUNA pp.88-89. SOCIEDADE E PESSOAS pp.90 [Vanguarda esteve em TORRES a 19/7, 14 dias antes]
3/8 – VANG MOSTARDAS, 40 vizinhos (5 léguas)
3-4/8 – AZER TORRES, para descanso, “mas para os soldados se poderem lavar, remendar e compor os sapatos”. Azeredo observa e estuda as “torres”.
4/8 – VANG Descanso MOSTARDAS (INTERRUPÇÃO DAS MEMÓRIAS DE PIMENTEL)
5/8 – AZER Foram pernoitar, seguindo a beira mar, a uma roça CERCA DOS PREGOS, “por ter a madeira que a circuita sido pregada com prégos em vez de ser entrançada com vimes, como é geralmente usado”. 3 léguas. Descrição pp.91/91, 1600-1700h: acometeu uma violenta tempestade, que os deixou todos em agua. Antes do romper da alva outra tempestade, com torvões horrososos, que alagou o campo durante 3 horas. [Vanguarda esteve em CERCA DOS PREGOS a 23/7, 13 dias antes]
5/8 - SEBASTIÃO PINTO chega à VILA DO RIO GRANDE, “tendo-se adiantado da coluna [a 27/7] que comanda, para apressar a requisições de fornecimento da tropa”. (AA, 31, p. 39)
6/8 – AZER Marcha para VICTORINO (3 l) Cavalos p. 92 (Guias) [Vanguarda esteve em VICTORINO a 24/7, 13 dias antes] [ESTANCIA DO MEIO ?]
7/8 – AZER Acampa ao IGNACINHO (3 l). Incultos, apenas contém arvores silvestres. Nova trovoada, mas menos forte que a antecedente. [Vanguarda esteve em CONVENTOS a 25/7, 13 dias antes]
8/8 – AZER para CAPÃO DO TRAMANDAÍ, nome de um rio.
8/8 – SANTA CATARINA: Ferreira Lobo informa que saiu uma coluna para o continente. (da 1.ª BVR, possivelmente)
9/8 – AZER Passa o RIO TRAMANDAÍ (encontrado a uma légua da marcha do dia). “rio muito largo e caudaloso, formado no encontro de duas lagôas que circumdam a cordilheira, de je já fallamos, na estação de Torres; vindo as ditas lagôas de uma e outra banda da cordilheira dão origem a este rio, que o batalhão passou com grande difficuldade em canôas, por não se ter podido fazer jangada”. Cavalos e bois passam a nado, como é costume neste país. No mesmo dia, passam o rio menos importante de THOMAZ JOSÉ, Pernoitaram na casa num campo vizinho do colono que deu o nome ao rio. Sobre este rio havia uma arruinada ponte de madeira, por onde passou com muito custo o batalhão, indos os cavallos a nado; de poucos que passaram pela ponte foram alguns ao rio, que se afogaram”. [Vanguarda esteve em THOMAZ JOSÉ a 27/7, 13 dias antes]
10/8 – AZER Descanso em THOMAZ JOSÉ, Só lá estavam dois filhos e seus escravos. Locais vieram vender laranjas e carne de porco, preços pouco favoráveis. Soldados deram com tartarugas que mataram e comeram. N’uma se encontraram ovos perfeitissimos, redondos como bolas de bilhar, e com o gosto dos das galinhas”.
11/8 – AZER Levantam campo no dia de S. Lourenço, seguiram por uma planicie mais arenosa e despegada do que anterior, indo os soldados descalços, por causa da arêa que os não deixava andar. PONTEIRA DA SILVEIRA (5 l) FAUNA pp. 93-94; TATU p. 94 Os cornetas do batalhão o mataram e comeram, achando-o optimo. [Vanguarda esteve em PONTEIRA DA CIDREIRA (?) a 29/7, 13 dias antes]
12/8 – AZER marcharam por um campo em tudo semelhante ao anterior, e como terminasse a serra, que o limitava à direita, a planicie ficou sem limites, estendendo-se pelo sertão a distancias incalculaveis. “N’esta marcha encontraram um tigre, que se retirou vagarosamente aos apupos que lhe fizeram os soldados”. Acampam em QUINTÃO, onde habitava um sapateiro, com mulher, filhas e mais familia. Local fala ao coronel p.94-95; “vieram os pretos vender pão mal manipulado, laranjas e tatus; estes foram vendidos a 80 reis cada um, e os soldados os comeram com appetite”. [Vanguarda esteve em QUINTÃO a 30/7, 13 dias antes]
12/8 – Manoel Marques de Sousa toma o FORTE DE SANTA TERESA. (precisa confirmação)
13/8 – AZER Marcha para BARROS NOVOS, “onde habitava uma velha, por nome D. Quiteria, viuva d’um official de milicias, chamado Barros, d’onde veio o nome ao sitio, em que edificou a sua casa, pois já havia construido outra d’ahi distante 2 legoas,a a que chamam BARROS VELHOS. D. Quitéria, preços p.95
14/8 – AZER marcham para CACIMBAS (4 l), “nome derivado das lagôas, que o cercam”. 2 moradas de casas.
15/8 – AZER marcham para S. SIMÃO (4 l), quatro casas, gados e hortaliças em abundancia. “Proximo d’este logar se andava edificando uma nova povoação, a que deram o nome de POVOS = deposito de mantimento para a tropa. (depositos distanciados de 15 a 16 leguas entre si) RAÇOES pp.95-96 Transporte dos locais. [Vanguarda esteve em POVOS a 1/8, 14 dias antes]
15/8 – VANG chega a S. JOSÉ DO NORTE. (BARRETO)
16/8 – AZER Depois de levantado o campo, veio um violento pé de vento, que fez obscurecer o ar; sendo necessario que os soldados se lançassem por terra, para não serem levados pelos ares: durou isto alguns minutos, ao que se seguiu uma violentissima tempestade com chuva e saraiva”. Continuaram a marchar (pois não havia abrigo), para GAGOS (3 l) Historia do lugar: velho de Miranda do Douro (Saudade) p.96
17/8 – AZER Marcha para MOSTARDAS, 40 casas, o maior lugar desde Laguna. Pela primeira vez, pode a tropa aquartelar-se. [Vanguarda esteve em MOSTARDAS a 3/8, 14 dias antes]
17/8 – Maj SOUSA: SANTA TERESA. INFO: Rivera em Maldonado com 200 homens.
18/8 – AZER Descanso em MOSTARDAS. Azeredo hospedou-se na casa de um negociante de Braga, Domingo: ouviram missa dada pelo Vigário natural de Sepães, proximo a Guimarães, vindo para a America em 1811, “depois de actos menos regulares praticados na sua terra”. “ Aqui já se fabrica pão de trigo e milho, e se faz menos uso da farinha de pau: ha menos pastos, mas está muito melhor cultivado o terreno”. Clima frigidissimo, soprando o nordeste. Detrás da povoação começa a ver-se a Lagoa de Patos. CONSTRUÇÃO DE CASAS (Ranchos ou palhoças) p.97
18/8 – Silveira em PORTO ALEGRE.
19/8 – AZER Marcha para GUARITAS (4 l). Major de Milicias (Portalegre)
20/8 – LECOR Parte a última coluna da DVR de SANTA CATARINA
20/8 – AZER Continuam a marcha ao longo de um etxenso bosque para CAPÃO COMPRIDO (3 l). “Apesar da jornada ser pequena, a boiada que conduzia o carro do Coronel cançou, e como o mesmo carro se houvesse tombado, deu isto origem a varios prejuizos”. S. Bernardo de Claraval (dia)
Noite de 20-21/7 e 21/7 – AZER terrivelmente tempestuoso. Marcha para CAPÃO DA FIGUEIRA (4 l)
20/8 – RIVERA em DON CARLOS
22/8 – AZER Continuou a chuva, campos alagados. Marcha para CAPÃO DO MEIO (4 l), uma unica casa, uma viuva e 3 filhas casadas e 3 filhas solteiras, todas formosas.
22/8 – Vanguarda deu à vela para o PONTAL DE S. MIGUEL (BARRETO)
23/8 – AZER – Seguindo uma lingoeta de terra entre o mar e a lagoa de Patos, foram dara a uma povoação com igreja parochial, ESTREITO. “ahi se aquartelou a tropa, que vinha em estado lamentavel, encharcada em agua, e tiritando de frio”.
24/8 – AZER Tempo não melhorou. Dia do apostolo S. Bartolomeu, Batalhão ouviu missa na parochia. Maercha para MIGUELITO (4 l) Mulher de Miguel ainda vivia, então velhissima.
24/8 – VANG Chega a S. MIGUEL, espera até dia 30 pelos cavalos, que vieram por terra. (BARRETO)
25/8 – AZER – Marcha para S. JOSÉ DO NORTE (2 l). “É ella bonita, com coisa de setenta casas, e feitas como as da Europa, com telhado, vidraças, e paredes caiadas, e por dentro com grande asseio”. Tropas aquartelam-se na povoação, “o que muito precisava, porque as continuas chuvas tinham-na posto em desgraçado estado”. Azeredo hospedou-se em casa do negociante António de Sá (do Minho). [Vanguarda esteve em S. JOSÉ DO NORTE a 15/8, 10 dias antes]
(TOT 108 léguas)
26/8 – AZER – S. JOSÉ DO NORTE: Baile com brilhante companhia. “alli no mundo virgem, entre aquella boa gente, folgava-se à moda portuguesa: assim se reuniram as senhoras da povoação, e se dançou até alta madrugada, com uma animação e enthusiasmo frenetico. Alguns corações ficaram feridos de parte a parte; entre os officiaes do batalhão e as meninas da terra estabeleceu-se aquella affinidade que também cá no velho mundo de observa.”
28/8 – AZER Em S. JOSÉ DO NORTE, recebem correspondência.
30/8 – LECOR: S. CATARINA
31/8 – AZER 0700h – Levantam campo. Embarcam para o PONTAL DE S. MIGUEL, “primeiramente embarcando em hiates na lagôs dos Patos, e depois pelo rio de S. Gonçalo, que é nevagável”. Os cavalos apenas embarcam para atravessar a lagoa, que tem aqui 5 leguas de largura, seguindo depois por terra, arté ao dito pontal. Subiram pelo rio de S. Gonçalo 2 léguas, e ahi desembarcam, indo acampar em PELOTAS. “Chegado às Pelotas encontrou parte das forças que tinham vindo adiante, e ahi deliberou esperar pelo resto do regimento, que vinha à rectaguarda”. Hospedou-se com o vigário. PELOTAS p. 102
31/8 – Vanguarda CORREIA no FORTE DE SANTA TERESA. ??
31/8 – LECOR: S. CATARINA
SETEMBRO DE 1816
AZER “O batalhão passou nas PELOTAS os mezes de setembro e outubro, vivendo no seio da abundancia e dos bons commodos”. Vigário, irmão de Hipólito (Correio Brasiliense), tratou Azeredo com carinho e generosidade.
1/9 – Vanguarda marchou para o FORTE DE S. TERESA, que já estava tomado pelo sargento mor Manoel Marques de Sousa. (BARRETO)
3/9 – 2100h. Altercação entre o capitão António Duarte Pimenta e o Tenente Coronel Oliveira Pimentel. FORTE DE S. TERESA:
Na noite dos 3 do corrente [Setembro] perto das 9 horas [da noite] encontrando-me o Tenente Coronel António Jozé Claudino na estrada que derige ao quartel e me mandou recolher dizendo que os meus passeios erão quazi sempre perigozos e a minha conducta a mais pessima possivel; instigado deste procedimento e por outras muitas acçoens de que ordinariamente uza o sobredito Tenente Coronel, desembainhei a mª espada, deilhe duas planxadas, ao passo q // puchou por huma faca correo para mim e obrigou-me a defender com tanta honra que das feridas que recebeo se collige que as minhas intençoens erão defenderme porem escorregando eu pode elle com tudo ferirme / como consta d’Attestação do ferimento, / e ao mesmo tempo gritar a cujos brados chegarão dois Soldados, que por ser de noite não conheci, e nos prenderão, entreguei então a hum destes a minha espada. Fomos conduzidos à prezença do Marechal de Campo Sebastião Pinto o qual me tractou de huma maneira em todo o sentido oposta à dignidade do meu imprego, dizendo-me que nada era a sua vista, que era hum bebado. Pr. a estas insultantes palavras proferidas pela boca de hum General, não me restou outro recurso mais do que apellar publicamente para Augusta Pessoa de El Rey, Meu Senhor.
Destes insultos foram testemunhas o Ten. F[ortunato] de Mello do Corpo de Cavalaria, o Major Jeronimo, a Guarda do Assento, e athe a escolta que me conduzio prezo. (Exposição dos factos, PIMENTA, PT-UM-ADB-FAA-AAA-001212)
5/9 (4?) – 0900-1000h – Ação em CASTILLOS. OR: Cap Eusebio Gómez, 50 homens
Portugueses deixam 10 mortos. Um tenente e um alferes preso. (Muniz)
7/9 – RIVERA na COSTA DE MARMARAJÁ
10/9 – LECOR parte da ilha de S. CATARINA (Ferreira Lobo, AHU)
11/9 – SANTA TERESA. Carta de defesa do Cap. Pimenta
12/9 – LECOR: LAGUNA. Pernoitou na CERCA DE PREGOS, 3 léguas após TORRES. Parte amanhã para PORTO ALEGRE/conta lá estar a 19/9 (chegou a ir e voltou?)
(...)
20/9 – LECOR: PORTO ALEGRE. CONSELHO DE GUERRA COM MARQUÊS DE ALEGRETE E SILVEIRA PINTO.
21/9 – LECOR: PORTO ALEGRE.
[22/9 - BATALHA DE SANTA ANA]
25/9 – Parte de PORTO ALEGRE para a VILA DO RIO GRANDE + Silveira.
26 e 27/9 – VANG CORREIA: SANTA TERESA. Tempestade.
“Não posso deixar de dizer a v. Excia que à excepção de h~ua trovoada, que vi junto a Pamplona, não tenho observado couza mais horroroza do que a que houve antes de hontem e hontem, e não me cauzando comoção alguã athe aqui estes fenomenos, confeço que esta me horrorizou; e foi tão copioza a chuva, que o meu Cavallo nadou em sitios, onde, dizem os practicos do pais, nunca tal aconteceo nem consta ter chovido tanto nesta Estação” (28 de setembro de 1816, campo de Santa Teresa)
30/9 – Lecor chega à VILA DO RIO GRANDE.
OUTUBRO DE 1816
[3/10 – BATALHA DE S.BORJA (MISSÕES)]
4/10 – LECOR: VILA DO RIO GRANDE. Indica que a 2.ª BVR já se reuniu em PELOTAS para embarcar para o PONTAL DE S. MIGUEL, e será seguida pela 1.º BVR que acaba de juntar a esta vila.
(...)
12/10 – LECOR: VILA DO RIO GRANDE.
13/10 – Esquadra dá à vela de SANTA CATARINA para MALDONADO. Dia de temporal. Ao sol posto, os navios estavam separados. (Luís António de Carvalho, DUARTE: 202/204).
14/10 – LECOR: VILA DO RIO GRANDE.
[19/10 – IBIROCAÍ [oeste]]
23/10 – Esquadra chega a MALDONADO. Os espanhois içam a bandeira revolucionária (Luís António de Carvalho, DUARTE: 202/204).
24/10 – MALDONADO: “Caiu um formidável Pampeiro que, apesar de termostrê ferros no fundo, marchamos a vergas arriadas, andava a corveta a nadar com o mar que entrava por todos os lados” (Luís António de Carvalho, DUARTE: 202/204).
26/10 – MALDONADO: CapFrag Luís da Cunha Moreira, acompanhado do 2.º Ten Jacinto e 4 sargentos desembarcam, recebidos por uma patrulha de espanhois a cavalo. (Luís António de Carvalho, DUARTE: 202/204).
[27/10 – BATALHA DE CARUMBÉ (OESTE)]
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